ALDEIAS RIO DE JANEIRO

 

1.     São Lourenço

2.     São Barnabé

3.     São Pedro

4.     São Francisco Xavier de Itinga (Itaguaí)

5.     Nossa Senhora da Guia de Mangaratiba

6.     Santo Antônio de Guarulhos

7.     São Fidélis

8.     São José Leonissa da Aldeia da Pedra

9.     Santo Antônio de Pádua

10.  Valença

11.  São Luiz Beltrão

 

1.São Lourenço

 

A aldeia de São Lourenço foi fundada em 1568, sendo a primeira da capitania. Formou-se, principalmente, por índios temiminós vindos do Espírito Santo, onde tinham se estabelecido devido a conflitos com tamoios. Retornaram ao Rio de Janeiro para lutar ao lado dos portugueses contra franceses e tamoios e em decorrência dessa atuação, Araribóia, líder dos temiminós, recebeu terras para constituir seu aldeamento na capitania. Araribóia escolheu terras que eram de Antônio Marins e sua mulher, Isabel Velha, que lhes passaram escritura pública de renúncia em 1568. No mesmo ano, recebeu carta de sesmaria de Mem de Sá, estabelecendo oficialmente a aldeia. Inicialmente localizada em terras dos jesuítas por questões de defesa, a aldeia mudou-se em 1573, para a banda defronte da cidade.  Embora as terras de São Lourenço tenham sido concedidas a Araribóia, documentos posteriores relativos aos conflitos pelas terras não deixam dúvidas sobre o caráter coletivo do patrimônio. A administração espiritual e temporal da aldeia ficou sob os cuidados de missionários da Companhia de Jesus e em 1758, São Lourenço tornou-se freguesia, sendo-lhe nomeado um pároco. Durante o século XIX, sob a justificativa de que os índios não eram mais puros e que a maioria teria desaparecido da aldeia, foi intensificado o processo de extinção do aldeamento. Essa constatação, feita pela Câmara Municipal de Niterói em 1861, tinha o objetivo de incorporar as terras da sesmaria da aldeia aos bens municipais, já que eram as melhores do município. Quatro anos depois, foi dada autorização para que o presidente da província extinguisse o aldeamento, sendo autorizada a distribuição de lotes para que os descendentes dos índios tivessem acesso individualizado a reduzidas partes das terras. Em 1866 a aldeia de São Lourenço foi efetivamente extinta. Mesmo tendo sido declarado oficialmente o desaparecimento da aldeia e de seus índios, estes reivindicaram direitos um ano depois, embora não tenham obtido sucesso.

 

Bibliografia

 

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2.São Barnabé

 

A Aldeia de São Barnabé foi criada para abrigar parentes e amigos dos índios da aldeia de São Lourenço, que teriam chegado de outras regiões próximas. Tendo em vista que as terras doadas pelos portugueses eram poucas, requereram terras da banda d’além do rio Macacú para constituir uma nova aldeia. Inicialmente foi instalada em terras do Colégio, em Cabuçu, mas foi transferia para a região do Macacu. As terras foram concedidas em 1578 por despacho de Salvador Correia de Sá. Em 1583, os próprios índios solicitaram a confirmação da sesmaria, que lhes foi concedida no mesmo ano em Lisboa. Foi administrada por jesuítas e reunia, além dos índios temiminós, os moromomins, goitacazes, entre outros. É provável que os índios tupiniquins e tupinambás também tenham vivido em São Barnabé, já que haviam se misturado com os temiminós nas aldeias no Espírito Santo. Em 1759, com as reformas pombalinas, São Barnabé tornou-se freguesia e em 1772 foi transformada em vila, tendo sido a única aldeia do Rio de Janeiro a obter esse estatuto. Apesar da aldeia de São Barnabé ter mudado várias vezes de lugar, tendo se estabelecido mais de uma vez em São Lourenço e permanecido por longo tempo em terras do Colégio, seus índios reivindicavam as terras e sua demarcação com base na doação de 1578 e na confirmação de 1583. Embora se tenha pouca informação sobre a supressão da aldeia de São Barnabé, em 1855 há noticias sobre a existência de terrenos e índios aldeados em Itaboraí e Rio Bonito. Entretanto, anos depois (1872), autoridades locais informavam que os índios dessa região existiam em número diminuto, não vivendo mais aldeados.

 

Bibliografia

 

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3.São Pedro

 

Após a expulsão de franceses e tamoios, que ocupavam a região de Cabo Frio e contrabandeavam pau-brasil, foi necessária a instalação de uma aldeia que mantivesse a soberania portuguesa sobre o território. Assim, foi criada em 1617 a Aldeia de São Pedro com cerca de quinhentos índios trazidos do Espírito Santo pelos jesuítas. Nela passaram a viver índios goitacazes, alguns tamoios e guarulhos. A aldeia de São Pedro se tornou freguesia em 1758 e passou a ser administrada por capuchos, até esses serem retirados. Durante o século XIX, com a intensificação do processo de extinção das aldeias do Rio de Janeiro, autoridades locais afirmavam o declínio populacional dos índios de São Pedro e a sua mistura com a população envolvente, como fez um diretor de índios em 1859. Essa situação era contrastante com a atuação dos próprios índios, que em 1865 encaminharam ofício pedindo providências sobre a falta de registros de suas terras. No entanto, em 1872 a aldeia foi desmembrada, sendo criada a freguesia de São Vicente de Paulo no município de Araruama, no qual foram contabilizados cerca de oitenta índios de ambos os sexos. Em documentos da década de 1880 referentes aos terrenos devolutos do município, não há referências à aldeia.

 

Bibliografia

 

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4.São Francisco Xavier de Itinga (Itaguaí)

 

Existem controvérsias sobre a criação da aldeia de São Francisco Xavier de Itinga entre diferentes estudiosos do tema. Entretanto, a hipótese mais comprovada pela documentação é a de que a aldeia teria se originado a partir da catequese de índios carijó da lagoa dos Patos estabelecidos pelos jesuítas na ilha de Marambaia, de onde foram transferidos para o sítio de Itaguaí, próximo à fazenda de Santa Cruz, administrada pela Companhia de Jesus. Em decorrência dos vários ataques de paulistas à região anteriormente ocupada pelos carijó, essa transferência teria sido realizada em 1627. A aldeia São Francisco Xavier de Itinga (depois Itaguaí) foi criada, provavelmente, para suprir as necessidades das autoridades coloniais e dos missionários por serviço indígena. Com as reformas de Pombal, a aldeia tornou-se paróquia e, portanto, freguesia, em 1759. Localizada nas terras da fazenda de Santa Cruz, que pertencera aos jesuítas, a aldeia foi alvo de disputas entre índios e os novos administradores da propriedade. Entre o final do século XVIII e os primeiros anos do oitocentos, a aldeia teria sido extinta três vezes, voltando a se constituir em virtude dos esforços dos índios e de seu líder, que chegou a ir ao Reino para obter a restituição das terras. As disputas envolvendo complexas relações de conflitos e alianças entre índios, moradores e o arrematante da fazenda continuaram ao longo do século XIX em torno da elevação da freguesia à categoria de vila, no mesmo local onde estava a aldeia. De acordo com a Câmara Municipal, em 1818 a criação da vila teria marcado o fim da aldeia, porém o Aviso Régio de 1824 ainda atendia à solicitação do índio Thomaz Lopes e concedia porção de terra da Fazenda de Santa Cruz para que os índios fizessem suas plantações. No mesmo ano, portaria do Imperador os considerava cidadãos, o que significou o acesso individual a pequenos lotes das terras do aldeamento.

 

Bibliografia

 

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5.Nossa Senhora da Guia de Mangaratiba

 

A aldeia foi estabelecida, principalmente, com índios tupiniquins trazidos de Porto Seguro por Martim de Sá (governador da capitania do Rio de Janeiro, por duas vezes: 1602-1608;1623-1632), aos quais se misturaram outros vindos de diversas aldeias. Martim de Sá cedeu terras para que os índios nelas se estabelecessem e as cultivassem. Não teve missionários, até o século XVIII , quando lhes foram designados padres capuchos, os mais rígidos entre os missionários. A presença de brancos se intensificaria a partir da criação da freguesia de Mangaratiba em 1764. O período compreendido entre o final do século XVIII e o início do XIX foi marcado pelos conflitos entre índios e não índios em torno da administração das terras e do provimento dos cargos de liderança na aldeia. Em 1802 foi desanexada do termo da vila da Ilha Grande, passando a fazer parte da vila de Itaguaí, erigida em 1820. Em 1831, Mangaratiba foi elevada à categoria de vila, o que levou um juiz de órfãos, em 1835, a considerar que não havia mais aldeia naquela região, por estarem os índios espalhados, fazendo parte da população geral. Porém, no mesmo documento, o próprio juiz indicava que os poucos índios ali  instalados ainda cultivavam parte das terras de sua doação, enquanto a outra parte era aforada para o sustento dos índios necessitados. Já em 1843, a Câmara Municipal tentava se apropriar das terras das aldeias, reforçando seu pedido ao governo provincial em 1854 e 1855 e ao Senado do Império em 1858, indicativo de que não obtiveram sucesso na solicitação. No entanto, em 1864, o aldeamento foi tido como extinto pelo juiz de órfãos de Mangaratiba.

 

Bibliografia

 

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6.Santo Antônio de Guarulhos

 

A aldeia Santo Antônio de Guarulhos foi criada com índios guarulhos, aldeados pelos capuchinhos italianos em 1672 na capitania da  Paraíba do Sul (ex-São Tomé). A região em que a aldeia foi instalada era marcada por hostilidades de índios, sobretudo dos goitacazes, constituindo-se num grande obstáculo para a colonização portuguesa. Esses índios foram combatidos por conquistadores e pelos índios aldeados de Cabo Frio e Reritiba e, quando vencidos, acabaram por ingressar na aldeia de São Pedro. Após a derrota dos goitacazes, índios guarulhos passaram a dominar a região, atacando fazendas no vale do rio Muriaé e fazendo incursões até Macaé. No entanto, seriam aldeados no final do século XVII, sendo-lhes concedidas duas léguas de terras: a primeira foi oficializada por pedido do capitão-mor Manuel Barbosa, e a segunda através de requerimento do capitão-mor da aldeia Miguel da Silva, em 1729. A aldeia foi transferida e, em nome dos índios, foi concedida outra sesmaria, com a condição de ser cultivada em dois anos. Em decorrência de outras mudanças que ocorreram sucessivamente, da rigidez do tratamento oferecido pelos padres capuchinhos, da má administração das terras e da invasão de colonos, os índios, aos poucos, foram desertando da aldeia. Ao iniciar-se o século XVIII, a aldeia se encontrava em situação precária e disputas por questões de terra desencadearam sérios conflitos entre os jesuítas, a Câmara da Vila de São Salvador e os índios guarulhos. Em 1763, teve seus limites ampliados e passou a ser considerada apenas como freguesia. Extinta pelo abandono dos índios no final do século XVIII, o aforamento de suas terras serviu para financiar a aldeia de São Fidélis.

 

Bibliografia

 

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7.São Fidélis

 

A aldeia de São Fidélis foi fundada às margens do rio Paraíba no norte fluminense (atual município de São Fidélis), em 1781, pelos primeiros capuchinhos italianos a se estabelecerem na região. Sua instalação foi possível devido aos rendimentos provenientes da extinta aldeia de Santo Antônio de Guarulhos. A escolha das terras foi muito influenciada pelos interesses dos próprios índios, que preferiram uma área já utilizada por eles para roçado. No entanto, de acordo com o  projeto de expansão da colonização do Rio de Janeiro, essa aldeia foi estabelecida com o objetivo de abrigar índios dos sertões da capitania, de maneira que os fazendeiros pudessem se instalar na região com suas lavouras e criação de gado. Foi composta, principalmente, por índios coroados e coropós da região e ex-habitantes de Santo Antônio de Guarulhos, que voltaram a aldear-se. A instalação da aldeia foi permeada por conflitos com colonos que haviam arrematado parte daquelas terras como espólio jesuíta (expulsos do Brasil em 1759). Porém, os proprietários de fazendas mudaram de opinião ao perceberem os possíveis benefícios advindos da proximidade de uma aldeia, como o acesso à mão de obra indígena. A partir de então, a fixação de não índios no entorno e no interior da aldeia foi estimulada, principalmente a partir da construção da igreja da aldeia. Ao adentrar o século XIX, os índios de São Fidélis enfrentaram diversas investidas sobre as terras da aldeia, tendo em vista a presença na vizinhança de vários engenhos e fazendas  voltadas majoritariamente para a produção de café. Em 1840, como parte de seu  processo de extinção  a aldeia foi elevada à categoria de freguesia e na década de 1850, suas terras e edificações foram arroladas como patrimônio da Igreja, das extintas irmandades, de particulares e da câmara municipal. Nesse processo, muitos índios migraram para a aldeia da Pedra (Itaocara). No mesmo período, a Freguesia de São Fidélis foi transformada em município, o que permite inferir a extinção da aldeia.

 

Bibliografia

 

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8. São José Leonissa da Aldeia da Pedra

 

São José de Leonissa da Aldeia da Pedra foi estabelecida em 1808, na margem direita do rio Paraíba do Sul no norte fluminense, para aldear índios puris, inimigos dos coroados, que já haviam sido aldeados em São Fidélis. O frei capuchinho Tomás de Castello, encarregado de catequizar e civilizar os índios na aldeia, já havia feito incursões na região, inclusive batizando, casando e celebrando missa entre os puris. Devido a esse contato, o capuchinho ajudou a estabelecer a aldeia de acordo com a escolha dos índios e de suas lideranças, numa área de expressiva presença e relativa autonomia dos indígenas, já que estava a certa distância de povoados e fazendas. Apesar das investidas religiosas, os missionários encontraram dificuldades na submissão dos puris, que só se aldearam alguns anos depois em Santo Antonio de Pádua. Na Aldeia da Pedra, passaram então a ser aldeados majoritariamente os coroados e os coropós, embora puris e outros indígenas, como os botocudos, continuassem a circular pela região.  Apesar do levante de 1814 liderado por um coropó contra a presença de “portugueses” na aldeia, em 1818, frei Tomás de Castello passou a distribuir terras da aldeia para não índios considerados “benfeitores” e “morigerados”, para que tivessem roçado e desenvolvessem outras atividades. Assim, foi estimulada a presença de não índios na aldeia, o que levou ao aumento de conflitos por terras. Moradores das vizinhanças e fazendeiros invadiam as terras indígenas, apesar da determinação de 1826 para que elas fossem medidas e demarcadas e dos ofícios e petições que, ao longo da década de 1840, reivindicavam a regularização do seu traçado. Diante do processo de invasão das terras e dos contatos entre índios e não índios, autoridades locais afirmavam, em 1878, que a aldeia da Pedra não mais existia, embora fosse possível perceber a presença indígena na região como mão de obra nas fazendas vizinhas. Alguns anos depois, naquela área, foi criado o município de Itaocara (1890).

 

Bibliografia

 

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MALHEIROS, Márcia. Homens da fronteira. Índios e capuchinhos na ocupação dos sertões do Leste, do Paraíba ou Goytacazes. Séculos XVIII-XIX. Niterói: UFF, 2008. Tese de doutorado.

 

PISA, M. de T. Itaocara – antiga aldeia de índios. Niterói: Diário Oficial, 1946.

 

SCISINIO, A. E. Itaocara, uma democracia rural. Niterói: Biblioteca de Estudos Fluminenses, Série Municípios (Imprensa Oficial), 1990.

 

SILVA, Joaquim Norberto de Souza e Silva. “Memória Histórica e Documentada das Aldeias de Índios do Rio de Janeiro”.Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil. Rio de Janeiro.v. 62, 3ª série, n.14, 1854. p.229-242.

 

 

9. Santo Antônio de Pádua

 

A aldeia de Santo Antônio de Pádua foi criada em 1833 na margem meridional do Paraíba, confluência com o rio Pomba, área em que foi erguida uma capela pelo padre Antônio Martins Vieira. Foi instalada  em uma região de forte presença de índios puris e vizinha a territórios habitados por coroados, inimigos dos primeiros. Segundo a documentação da época, os puris não se estabeleceram definitivamente na aldeia, mas mantiveram relações com este e outros núcleos missionários, como a aldeia da Pedra e a aldeia de São Fidélis. Conviveram, inclusive com os coroados, com os quais trabalharam em fazendas vizinhas durante a década de 1850, o que permite sugerir uma diminuição do caráter belicoso dessas relações. A aldeia foi elevada à categoria de freguesia, em 1846, e foi transformada em município em 1882, sendo este, provavelmente, o mesmo período em que a aldeia foi extinta, embora possam ser computados índios vivendo na região, conhecidos sob a denominação de coroados, puris, coropós ou caboclos.

 

Bibliografia

 

ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Metamorfoses Indígenas: identidade e cultura nas aldeias coloniais do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, Arquivo Nacional, 2003.

 

BUSTAMANTE, Heitor. Sertões dos Puris: história do município de Santo Antônio de Pádua. Niterói: Secretaria de Educação e Cultura do Rio de Janeiro, 1971.

 

MALHEIROS, Márcia. Homens da fronteira. Índios e capuchinhos na ocupação dos sertões do Leste, do Paraíba ou Goytacazes. Séculos XVIII-XIX. Niterói: UFF, 2008. Tese de doutorado.

 

SILVA, Joaquim Norberto de Souza e Silva. “Memória Histórica e Documentada das Aldeias de Índios do Rio de Janeiro”.Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil. Rio de Janeiro.v. 62, 3ª série, n.14, 1854. p.229-242.

 

10. São Luiz Beltrão

 

Na década de 1790, às margens do rio Paraíba, índios de diferentes grupos faziam incursões nos povoados vizinhos, mantendo constantes conflitos com a população que ali se instalava. Para findar a situação, foi enviado o sargento-mor Joaquim Xavier Curado para reprimir aqueles índios através da violência. Após esse episódio, apenas um grupo de índios puris, liderado pelo principal Mariquita, aceitou se aldear e escolheram permanecer em terras que habitavam anteriormente. Assim, se instalaram nas margens do ribeirão São Luiz, um afluente do rio Preto, onde receberam o padre Henrique José de Carvalho, encarregado de catequizá-los e civilizá-los. Este levantou a capela da aldeia, que teve por orago São Luiz Beltrão. No entanto, os indígenas passaram por grandes dificuldades devido à falta de rendimentos produzidos na própria aldeia, situação que possibilitou a fuga do principal Mariquita e seu irmão, levando outros índios a seguirem o mesmo caminho. Em 1791, foi realizada uma expedição nas matas vizinhas para resgatar os fugitivos e levá-los de volta para a aldeia, obtendo sucesso, inclusive no contato com Mariquita. Os índios retornaram à aldeia e passaram a vivenciar uma situação mais tranquila, até que, em meados da década de 1820, moradores vizinhos passaram a se apropriar das terras da aldeia e a estragar as suas plantações com a invasão de gado. Em 1835 consta a redução da população, sendo esse provavelmente o período em que a aldeia foi extinta.

 

Bibliografia

 

ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Metamorfoses Indígenas: identidade e cultura nas aldeias coloniais do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, Arquivo Nacional, 2003.

 

LEMOS, Marcelo Sant’ana. O índio virou pó de café? (A resistência dos índios Coroados de Valença frente à expansão cafeeira no Vale do Paraíba. 1788-1836). Rio de Janeiro: UERJ, 2004. Dissertação de mestrado.

 

SILVA, Joaquim Norberto de Souza e Silva. “Memória Histórica e Documentada das Aldeias de Índios do Rio de Janeiro”.Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil. Rio de Janeiro.v. 62, 3ª série, n.14, 1854. p. 242-249.

 

 

11. Valença

 

No final do século XVIII e início do XIX, na região das margens do Paraíba no norte fluminense, índios de grupos diversos entraram em conflito com fazendeiros que passaram a se instalar naquele espaço. Na região de Valença, o fazendeiro José Rodrigues da Cruz manteve relações amigáveis com os coroados, o que possibilitou o estabelecimento da aldeia em 1801, próxima às suas terras. Em 1803, o padre Manoel Gomes Leal foi indicado para ser o capelão dos índios e construiu a primeira capela, sob a invocação de Nossa Senhora da Glória de Valença. Com o crescimento das atividades produtivas na região, mais fazendeiros ali se instalaram, contribuindo para a intensificação das relações entre índios e não índios. Em 1817, índios coroados remeteram requerimentos às autoridades devido aos conflitos relativos à doação de sesmarias na área da aldeia para um não índio, solicitações que foram acatadas pelo rei em 1819, reafirmando o direito dos indígenas sobre as terras. No entanto, ao longo das décadas de 1820 e 1830, autoridades locais construíram a argumentação de que os índios não mais viveriam no interior da aldeia de Valença, mas sim em áreas próximas. No ano de 1823, a aldeia foi transformada em vila e nos anos seguintes (1824-1825), muitos indígenas da aldeia de Valença se instalaram às margens de um afluente do rio Paraíba (o rio Bonito), local onde foi doada uma sesmaria para a fundação de outra aldeia, a de Santo Antônio do Rio Bonito. A efetivação da vila só ocorreu em 1826 e apenas teve a eleição dos vereadores da Câmara Municipal em 1836, quando a Sesmaria dos Coroados de Valença foi incorporada ao patrimônio da Câmara.

 

Bibliografia

 

ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Metamorfoses Indígenas: identidade e cultura nas aldeias coloniais do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, Arquivo Nacional, 2003.

 

FERREIRA, Luis Damasceno. História de Valença (Estado do Rio de Janeiro):1803-1924.Rio de Janeiro: Empreza Gráphica Editora, 1925.

 

IÓRIO, Leoni. Valença ontem e hoje (Subsídios para a História do Município de Marquês de Valença): 1789-1952.Valença: Jornal de Valença/Associação Comercial de Valença, 1958.

 

LEMOS, Marcelo Sant’ana. O índio virou pó de café? (A resistência dos índios Coroados de Valença frente à expansão cafeeira no Vale do Paraíba. 1788-1836). Rio de Janeiro: UERJ, 2004. Dissertação de mestrado.