1725 – 1732: Luís Vaía Monteiro

Cronologia Político-administrativa

Homem de absoluta e inflexível integridade, consumiu-se na luta para pôr-cobro aos abusos e desonestidades que ocorriam na administração. O seu temperamento violento e autoritário granjeou-lhe a alcunha de “Onça” que lhe puseram os seus contemporâneos. Daí se origina a expressão familiar carioca “o tempo do Onça”. Todo o seu governo foi uma luta tenaz e contínua contra os poderosos da época para restaurar a moralidade nos negócios públicos e o respeito à lei. Envolveu-se assim em constantes conflitos com a Câmara, os magistrados, as ordens religiosas e o provedor da Fazenda. Coibiu o contrabando do ouro e de escravos que se fazia então em larga escala; reivindicou terras do Estado de que particulares se haviam apoderado; tornou eficaz a cobrança dos tributos, multiplicando a arrecadação; restabeleceu a disciplina das tropas; desterrou os turbulentos que suscitavam obstáculos à sua administração. A princípio, a sua ação moralizadora mereceu apoio e aprovação da Coroa; mas as intrigas e acusações de seus poderosos adversários prevaleceram por fim, provocando reprimendas por parte do Conselho Ultramarino. Tamanho foi o desgosto que teve quando, em seu leito de enfermo a que o reduzia um ataque de gota, recebeu notícias de que alguns de seus atos tinham sido revogados que, num acesso de fúria, perdeu a razão, enlouquecendo.